Outras cinco áreas ainda continuam sob o decreto, incluindo Tóquio

Alexandre Ezaki, Toyokawa (Aichi)

No final da tarde dessa quinta-feira, 21, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, suspendeu o Estado de Emergência em Osaka, Hyogo e Kyoto. Porém, o decreto ainda continua valendo em Tóquio, Kanagawa, Saitama, Chiba e Hokkaido.

O painel consultivo do governo determinou que novos casos de Covid-19, a doença respiratória causada pelo novo Coronavírus, estão em declínio nas três prefeituras da região Kansai, num nível em que os regulamentos de flexibilização são considerados aceitáveis.

Porém, segundo informações do Japan Times, os consultores afirmaram que retirar o Estado de Emergência das outras cinco prefeituras poderia provocar o ressurgimento do vírus, mesmo que o número total de novos casos esteja diminuindo.

Primeiro-ministro Shinzo Abe durante discurso (Foto: Arquivo)

Como justificativa do fim do Estado de Emergência naquelas regiões, o ministro da Revitalização Econômica, Yasutoshi Nishimura, que lidera a equipe do governo, disse que a situação havia melhorado nas três prefeituras da região de Kansai, com base em uma avaliação do número de novos pacientes, da estabilidade do sistema de saúde e da capacidade de monitorar e controlar infecções, inclusive através da capacidade de teste.

O governo também anunciou que no início da próxima semana os especialistas farão uma nova avaliação. Se a situação atual continuar, com a redução dos casos, será possível o cancelamento em todas as regiões. 

Análise das taxas

Mas por que as prefeituras da região Kansai tiveram a suspensão do Estado de Emergência e as outras regiões não?

Segundo o Japan Times, um dos principais limites é se o número total de pacientes recém-infectados em uma semana cai para 0,5 ou menos, por 100.000 pessoas. As três prefeituras da região de Kansai atingiram a meta até quarta-feira, segundo dados da emissora pública NHK, registrando taxas de 0,15 em Osaka, 0,04 em Hyogo e 0,04 em Kyoto.

Apesar de Chiba e Saitama estarem dentro do limite, com taxas de 0,21 e 0,31, respectivamente, os números permanecem acima do permitido em Tóquio, onde a taxa é de 0,56, e Kanagawa, onde está em 1,11. A taxa para Hokkaido foi de 0,69.

Considerando o grande movimento diário de pessoas dentro dessa área metropolitana, o painel do governo decidiu que a redução das restrições deve ser feita coletivamente em toda a região. 

Yasutoshi Nishimura discursa em reunião do governo (Foto: Kyodo)

“Mesmo que todas as prefeituras tenham levantado o Estado de Emergência ou o número de novos pacientes relatados tenha sido zero por um curto período de tempo, devemos acreditar que as infecções continuam de maneira invisível”, disse Shigeru Omi, vice-presidente do painel do governo.

Na quinta-feira passada, 14, o primeiro-ministro Shinzo Abe cancelou o Estado de Emergência em 39 prefeituras, incluindo Ishikawa, Gifu, Aichi, Fukuoka e Ibaraki, que haviam sido designadas anteriormente como regiões severamente devastadas pelo vírus.

Abe declarou inicialmente o Estado de Emergência em 7 de abril em sete prefeituras, expandindo-o depois para todo o país em 16 de abril.

Fonte: NHK e The Japan Times

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Alexandre Ezaki é jornalista formado pela Unesp de Bauru. Adora filmes, séries e música. Como profissional, considera-se um contador de histórias.