Japão aprova orçamento extra e ¥70 mil para famílias

Objetivo é amenizar o impacto do aumento dos preços

O parlamento do Japão promulgou nesta quarta-feira, 29, um orçamento extra de ¥13,20 trilhões (90 bilhões de dólares) para o atual ano fiscal, que vai até março do ano que vem, para financiar medidas para suavizar o golpe do aumento dos preços e ajudar a economia.

Os fundos serão usados para dar ¥70 mil às famílias de baixa renda afetadas pela crise do custo de vida, reter subsídios para reduzir os custos dos combustíveis até à próxima primavera e tornar a nação mais competitiva através do aumento do investimento em áreas-chave como semicondutores, inteligência artificial e espaço.

O plano de gastos foi aprovado na Câmara dos Vereadores, após sua aprovação na Câmara dos Deputados na semana passada. Num movimento raro, alguns partidos da oposição juntaram-se à coligação governamental do Partido Liberal Democrata e do partido Komeito para apoiar o orçamento.

O primeiro-ministro Fumio Kishida tem enfrentado dificuldades ao tentar conter uma tendência de queda no apoio público no meio de uma série de escândalos que atingem os membros do Gabinete, apesar da sua promessa de fazer tudo o que puder para apoiar a economia atingida pela inflação.

O pacote económico do seu governo, incluindo um corte temporário de impostos de ¥40 mil por pessoa, que será implementado no próximo ano, até agora pouco fez para virar a maré a seu favor.

Pressão

O bloco de oposição duvidou da eficácia da proposta de redução de impostos, enquanto Koichi Hagiuda, o chefe político do PLD, manifestou confiança de que será bem recebida pelo público quando entrar em vigor.

Medida pretende amenizar alta dos preços (Pexels-Greta Hoffman)

Dos 13,20 bilhões de ienes, 8,88 bilhões serão garantidos pela emissão de novos títulos governamentais, colocando mais pressão sobre os cofres do já altamente endividado Japão.

O tamanho total dos gastos do governo para o ano fiscal de 2023 aumentará para ¥127,58 bilhões, dos quais cerca de um terço será garantido pela emissão de dívida pública.

O governo intensificará os trabalhos no final do ano para formular um projeto de orçamento para o próximo ano fiscal a partir de Abril, confrontado com a difícil tarefa de reduzir a despesa para mais perto dos níveis pré-pandemia do Coronavírus.