Pagamento será em 4 etapas

 

O número de bebês nascidos no Japão em 2020 teve queda recorde no ano passado, conforme o Ministro da Saúde. Foram 840.832 nascimentos, que representa uma redução na taxa de natalidade de 2,8% em relação a 2019 e o menor número desde 1899. Essa taxa vem caindo ano após ano e a preocupação das autoridades é real, com a diminuição da força de trabalho e da contribuição com o seguro de saúde e outros sistemas de previdência social.

Por tudo isso, os governos procuram criar iniciativas para encorajar as famílias a terem mais filhos. No município de Sado, província de Niigata, o plano é dar 2 milhões de ienes aos pais que tiverem o terceiro filho e o mesmo valor para cada criança adicional depois disso.

Mas esse pagamento não será feito todo de uma vez, já que o objetivo do subsídio é ajudar com os custos de criação e educação dos filhos.

Os pais receberão um pagamento de 200 mil ienes no nascimento da criança, seguido por somas de 400 mil, 500 mil e 800 mil ienes quando completarem 6, 12 e 15 anos, aproximadamente alinhado com as idades quando os filhos começam os estudos. Combinado com um programa já existente que dá uma bolsa de 100 mil ienes para qualquer nascimento na cidade, o pagamento total para cada terceiro filho chega a 2 milhões de ienes.

Pesquisa

Mas por que iniciar o pagamento somente após o nascimento do terceiro filho? Por causa dos resultados de uma pesquisa realizada pela cidade no ano passado, entre moradores que já tinham filhos, que perguntou qual seria o tamanho de família que eles queriam ter. Mais da metade dos entrevistados disse que gostaria de ter três filhos, mas muitos também disseram que uma família tão grande seria economicamente difícil para eles.

 

Ajuda será para criação e educação das crianças (Foto: Reynardo Etenia WongsoUnsplash)

 

A estratégia de Sado em focar nas famílias que já têm filhos faz certo sentido. À medida que o estilo de vida japonês continua a evoluir e se tornar mais diversificado, há comparativamente menos pressão social para ter filhos do que havia nas gerações anteriores e, portanto, mais pessoas não estão interessadas em ter seus próprios filhos. Respeitar a liberdade de fazer essa escolha e, em vez disso, concentrar-se em casais que já decidiram que querem ser pais, mas hesitam em expandir a família por causa de questões orçamentárias, soa como uma situação em que todos ganham.

 

Os contrários à iniciativa, dizem que esperar até o terceiro filho para o apoio econômico entrar em ação torna mais difícil para os casais sem filhos darem o primeiro passo. E que distribuir os benefícios de maneira mais uniforme entre os nascimentos poderia diminuir essa barreira inicial.

As autoridades de Sado esperam que o programa não apenas promova mais nascimentos entre suas famílias, mas ajude a convencer pessoas de outras partes do Japão a se mudarem para a cidade e criarem seus filhos por lá.

 

Fonte: NHK e SoraNews24