Primeiro-ministro estabelece meta de 3 anos para reanimar a economia

Primeiro-ministro estabelece meta de 3 anos para reanimar a economia

Em discurso, Kishida falou sobre política, guerra e diplomacia

 

Nesta segunda-feira, 23, o primeiro-ministro Fumio Kishida discursou na sessão plenária da Câmara Baixa do Parlamento.

Ele prometeu tomar medidas nos próximos três anos, incluindo cortes de impostos, para restabelecer a economia japonesa que foi sufocada pela combinação de inflação elevada e pouco crescimento salarial.

Kishida também se comprometeu a reforçar a capacidade de oferta do Japão para criar crescimento na economia com a ajuda de aumentos salariais sustentáveis ​​e investimento robusto.O primeiro-ministro afirmou: ¨Economia, economia, economia. Darei prioridade máxima à economia acima de tudo. Enfrentarei os desafios que a nação enfrenta, incluindo o aumento dos preços, com determinação inabalável e fornecerei soluções definitivas sem demora¨.
O discurso de Kishida acontece no momento em que os índices de aprovação de seu gabinete caíram para os níveis mais baixos desde que ele assumiu o cargo em outubro de 2021.
Pesquisa da Kyodo News apurou que a taxa de apoio ao Gabinete caiu para 32,3%. Dos entrevistados, 60% disseram que não acreditam na eficácia que um pacote de estímulo provavelmente terá para impulsionar a terceira maior economia do mundo.

Fumio Kishida já manifestou vontade de traçar um novo pacote de estímulo econômico até o final deste mês e de apresentar um orçamento suplementar para o ano fiscal até Março de 2024 para financiá-lo durante a sessão extraordinária da Dieta, programada para terminar em 13 de Dezembro.

Fortalecer as cadeias de suprimentos e beneficiar a população com o aumento da receita tributária do governo serão os dois pilares do pacote econômico a ser compilado.

Mais incentivos
Para lidar com o aumento do preço da energia, impulsionado em grande parte pela invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro de 2022, Kishida disse que o governo irá prolongar os subsídios à gasolina, eletricidade e gás, originalmente previstos para acabarem no final deste ano, até à Primavera.

 

Primeiro-ministro durante o discurso (NHK Television)

 

Kishida também enfatizou a importância de ¨apoiar¨ os trabalhadores de baixa renda que passaram pelas ¨maiores dificuldades¨ como resultado de custos mais elevados, prometendo oferecer assistência financeira adicional através das autoridades locais.

A receita fiscal do Japão atingiu 71,14 trilhões de ienes (474 ​​bilhões de dólares) no ano fiscal de 2022, atingindo um recorde pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com o Ministério das Finanças.

No pronunciamento, Kishida disse que o governo implementará incentivos fiscais para empresas que pretendam aumentar os salários dos empregados, mas não abordou qualquer plano para restaurar a saúde fiscal do Japão, que é a pior entre os países mais ricos.

Apesar de ter revelado um plano para reduzir os impostos, o governo já tinha decidido aumentar o tabaco e outros impostos para cobrir o seu plano de quase duplicar os gastos anuais do Japão com a defesa para cerca de 2% do PIB nos próximos cinco anos.

Relações diplomáticas

Em relação à diplomacia e segurança, o primeiro-ministro declarou que o ambiente de segurança do Japão é o mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial, por causa da situação na Ucrânia e os combates entre Israel e o grupo islâmico Hamas.

Kishida expressou disposição para promover conversações com a China, repetindo o mantra do seu governo de que o Japão terá como objetivo construir uma ¨relação construtiva e estável¨ com o seu vizinho.

As relações andam tensas com a China, principalmente depois da primeira liberação de água radioativa tratada da central nuclear de Fukushima, em Agosto.

Em relação à Coreia do Norte, Kishida disse que tomará uma decisão sobre como estabelecer ¨relações frutíferas¨ com Pyongyang ¨a partir de uma perspectiva ampla¨, reiterando a sua vontade de ter uma reunião presencial com o líder Kim Jong Un para resolver questões bilaterais.

Perguntado sobre a possibilidade de dissolver a Câmara dos Representantes para eleições antecipadas até ao final deste ano, Kishida disse que tem de se concentrar nos desafios nacionais e globais urgentes, acrescentando: ¨Não penso além disso neste momento”.

 

Fonte: Kyodo e NHK

 

Sobre o autor

Alexandre Ezaki

Alexandre Ezaki é jornalista formado pela Unesp de Bauru. É youtuber e fã de cultura pop. Como profissional, considera-se um contador de histórias reais.

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