Do Corinthians são as que mais têm aceitação

Alexandre Ezaki, Toyohashi (Aichi)

A pandemia do Coronavírus está afetando a economia mundial, gerando uma grave crise financeira. Empresas fechadas, comércios falindo e muitas pessoas desempregadas.

Mas aqui no Japão, um setor que não pode reclamar é o de confecção caseira de máscaras de proteção. Várias brasileiras encontraram na crise, a oportunidade de um ganho extra.

É o caso de Khenia Matsuda, 43. Natural de Goiânia, ela está há 24 anos no Japão, sempre morando em Toyohashi (Aichi). Já trabalhou em algumas fábricas, mas há 14 anos, quando engravidou da primeira filha, parou de trabalhar fora e começou a empreender em casa.

Modelos feitos pela brasileira (Foto: Cedida)

Durante alguns anos vendeu roupas importadas e acessórios para crianças, como laços de cabelo. As vendas estavam baixas e como tinha um pouco de tempo, decidiu fazer máscaras faciais de proteção para algumas amigas e para o marido Marcos, 44 anos, e os filhos Emilly, 13, Lucas, 9, e Lorenzo, de 3 anos de idade.

Prazo de espera

Mas o que ela não imaginava é que as máscaras cairiam no gosto das amigas e dos filhos. ¨Uma delas compartilhou no Facebook e, em poucos dias, várias pessoas começaram a pedir para serem adicionadas na minha rede social, querendo fazer encomendas. Como não queria misturar as coisas, criei uma página só para atender essas pessoas¨, relembra Khenia.

Em duas semanas, mais de 700 pessoas já estavam cadastradas na rede social. E muitas delas com vários pedidos. ¨Eu me assustei, porque não esperava que teria essa aceitação¨, diz.

Hoje são mais de mil pessoas inscritas e novos pedidos surgem todos os dias. Mesmo fazendo cerca de 50 unidades diariamente, a fila de espera é de 15 dias aproximadamente.

Khenia produz 50 unidades por dia (Foto: Cedida)

Para dar conta, o marido e a filha mais velha ajudam. Ainda assim, a produção começa às 9h e só vai parar de madrugada. Ela conta que antes até pensava em voltar a vender roupas e acessórios, mas já desistiu da ideia.

Fiel torcedor

Pela qualidade das peças e pontualidade na entrega, as vendas iam bem, mas Khenia mais uma vez foi surpreendida.

O marido de Khenia, Marcos Arakawa, é proprietário da KM Design, que produz vários artigos personalizados, como camisetas, xícaras, bonés, cartões de visita. Uma cliente dele havia encomendado uma camisa do Corinthians.

Khenia sugeriu fazer uma máscara com o escudo do Corinthians. E mandou de brinde para a cliente. ¨Antes de mandar, tirei uma foto e coloquei na rede social. A partir daí as encomendas aumentaram. A própria pessoa pediu mais três máscaras, para o resto da família¨, diz.

Além das máscaras lisas e brancas, as que mais vendem hoje, são as pretas e as do Timão. Já foram mais de 150. Para as máscaras de uma cor, usa-se a impressão de vinil, e para as coloridas, a impressão é plotada.

Modelos do Corinthians são os mais vendidos (Foto: Cedida)

¨Posso dizer que nossos modelos preferidos e mais vendidos são as com estampa do Corinthians e o conjunto (seto) de menina, formado pela máscara, lacinho de cabelo e uma tiara¨, afirma Khenia.

Entre os clientes de outras nacionalidades, como peruanos e filipinos, as que mais têm saída são as máscaras com bandeiras dos países, como Japão, Peru e Filipinas, e de times de futebol, como Real Madrid e Barcelona.

Khenia diz que as máscaras são divididas por tamanho: de 2 meses até 4 anos; de 5 a 9 anos; de 10 a 15; e as adultas. O valor das lisas, sem estampadas, é ¥ 350 cada; e as personalizadas, com estampas, ¥ 400.

Quem quiser encomendar as máscaras, deve acessar o seguinte endereço:

Khenia Khemi: https://www.facebook.com/khenia.khemi?epa=SEARCH_BOX

Veja abaixo, uma galeria com várias máscaras produzidas por Khenia.

Alexandre Ezaki é jornalista formado pela Unesp de Bauru. Adora filmes, séries e música. Como profissional, considera-se um contador de histórias.