Confira o significado da data

Atualizado em 03⁄03⁄2022

 

Em 3 de março, o terceiro dia do terceiro mês do ano, comemora-se o Hina Matsuri (Dia das Meninas), um dos feriados não-oficiais mais bonitos do Japão. É um dia em que famílias com filhas pequenas decoram as casas com bonecas ornamentais, dispostas em plataformas cobertas de tecido vermelho. É quando as pessoas oram pela felicidade e o crescimento saudável das meninas.

Segundo a tradição, famílias com filhas pequenas marcam este dia montando uma exibição de bonecas. Plataformas em degraus com panos vermelhos são dispostas para expor bonecas que representam o Imperador, a Imperatriz, serviçais, músicos com as vestimentas tradicionais do período Heian. Normalmente são utilizados 5 degraus, mas também podem ser usados 7.

As decorações começam em meados de fevereiro e são mantidas até 3 de março. Tradicionalmente, os pais ou avós de uma menina recém-nascida compram um conjunto de bonecas Hina para o primeiro festival da bebê.

 

 

As decorações são retiradas no final do dia, pois a superstição afirma que manter as bonecas no lugar após 4 de março resultará em um casamento tardio para as filhas. Em algumas áreas do Japão, as pessoas ainda soltam bonecas de papel na água após o feriado, orando por saúde e boa sorte.

Origem

O Hina Matsuri começou como um costume para afastar demônios malignos e para orar por um futuro próspero e saudável. Em uma de suas primeiras menções indiretas, no ¨Conto de Genji¨, diz que o terceiro dia do terceiro mês é um dia de purificação, no qual as pessoas deveriam transferir espíritos malignos para bonecos e liberá-los nos rios e oceanos.

Naquela época, as pessoas acreditavam que as bonecas tinham a capacidade de conter os maus espíritos. Famílias com meninas faziam hina ningyo, ou bonecas hina, de palha, e as mandavam rio abaixo em barcos, supostamente levando tudo de ruim com elas. Essa prática é conhecida como hina nagashi.

No século 17, o costume evoluiu para exibir as bonecas em plataformas cobertas com um pano de cor carmesim, quando a princesa Okiko, filha do imperador Go-Mizunoo, brincava com uma exibição de bonecas montada exclusivamente para ela.

Quando ela assumiu o trono, em 1687, como Imperatriz Meisho, ela popularizou o feriado como Hinamatsuri. Desde então, artesãos de todo o Japão desenvolveram várias bonecas hina para o feriado e a prática continua até hoje.

Disposição

As bonecas usam trajes da corte imperial do período Heian (794-1192) e são colocadas nos degraus.

A fileira superior apresenta duas bonecas que representam o Imperador e a Imperatriz. Elas são colocadas diante de uma tela dourada com dobradiças, lembrando o trono imperial da antiga corte.

No segundo nível estão três damas de companhia e no terceiro estão cinco músicos da corte. Cada um segura um instrumento musical, menos o cantor, que segura um leque.

Os ministros sentam-se em cada lado de bandejas de comida no quarto degrau, e na quinta fileira há guardas ladeados por uma laranjeira à esquerda e uma cerejeira à direita.

 

 

Hinamatsuri

Comidas especiais

Além da decoração com as bonecas, os japoneses também comemoram esse dia cozinhando comidas dedicadas às meninas.

O Hina Arare  é um biscoito de arroz que leva o nome de granizo ou pelotas de neve. São coloridos e aromatizados com molho de soja ou açúcar, dependendo da região.

Outra iguaria é o Hishi mochi, um bolo de arroz com várias camadas, nas cores vermelho (rosa), branco e verde, de cima para baixo. Em algumas áreas do Japão, o vermelho é substituído por amarelo ou as camadas de mochi podem ser cinco ou sete em vez de três. Acreditava-se que o doce simbolizava a fertilidade.

 

Hina Arare (Foto: Savvy Tokyo)

 

Se você prefere salgadinhos, Chirashizushi é um prato de arroz temperado, em que são colocados peixe cru, cogumelos, omelete em tiras, alga nori e o que mais o chef permitir.

Por último, o Ushiojiru é uma sopa à base de sal que contém amêijoas como ingrediente principal. As conchas simbolizam a unidade e a paz de um casal, já que apenas duas conchas gêmeas perfeitamente simétricas podem se encaixar perfeitamente. Diz-se que, assim como os flocos de neve, não existem duas conchas iguais.

Fontes: Wikipedia e Savvy Tokyo