LPD e Komeito não conseguem maioria nas eleições

 

Na eleição realizada domingo, 4, para a Assembleia Metropolitana de Tóquio, os dois partidos políticos que formam a coalizão governante da Dieta não conseguiram obter a maioria. E o partido líder antes da eleição, Tomin First, perdeu 14 assentos e caiu para o segundo lugar.

O Partido Liberal Democrata e o Komeito não conseguiram a maioria combinada na eleição, o que analistas dizem representar um duro golpe no primeiro-ministro Yoshihide Suga. O resultado foi atribuído à insatisfação do eleitor com a resposta de Suga à pandemia do Coronavírus e a defesa da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio.

O LDP ganhou 33 cadeiras de 127 assentos, acima do nível pré-eleitoral de 25, substituindo Tomin First no Kai, o partido regional fundado pela governadora de Tóquio Yuriko Koike, como a força principal. O número de cadeiras mantidas pelo partido regional caiu de 46 para 31. No entanto, a margem de declínio foi menor do que o esperado.

 

Resultado final da eleição (Arte: NHK)

 

O Partido Democrático Constitucional do Japão, principal oposição no Parlamento, saltou para 15 cadeiras de seu nível pré-eleitoral de 7, e o Partido Comunista Japonês acrescentou uma cadeira, totalizando 19.

Enquanto o LDP e o Komeito prometeram realizar os Jogos seguros e protegidos, o Tomin First defendia realizar o evento sem espectadores. Por outro lado, o JCP exigiu que os Jogos de Tóquio fossem cancelados, e o CDPJ pressionou por outro adiamento ou cancelamento enquanto criticava a resposta do governo de Suga à pandemia.

Um recorde de 38 mulheres foram eleitas para a Assembleia, ante 37 na última eleição.

 

Governadora Koike

Um total de 271 pessoas apresentaram candidaturas na corrida para a Assembleia em Tóquio. A participação eleitoral foi de 42,39%, ante 51,28% na última eleição em 2017 e a menor desde o pleito de 1997, que teve 40,80% de participação.

Apesar do resultado negativo, Taimei Yamaguchi, chefe de estratégia eleitoral do LDP, ainda acredita que o partido e o Komeito vão ganhar “pelo menos a maioria” dos assentos nas eleições para a Câmara Baixa que, segundo ele, provavelmente se concentrarão na resposta do governo ao COVID-19 e gestão da economia.

 

Partido criado pela governadora perde cadeiras na Assembleia (Foto: Reprodução TV)

 

Para o Tomin First, formado por muitos jovens membros que ainda não estabeleceram bases sólidas na capital, o apoio total à governadora Koike era obrigatório para vencer a eleição. Ela foi internada por fadiga e não pode participar ativamente da campanha. Pesquisas já indicavam que, por isso, o partido perderia muito na eleição.

“O comportamento da governadora Yuriko Koike provavelmente influenciou o resultado, pelo menos até certo ponto”, disse Natsuo Yamaguchi, líder do Komeito, que manteve seus 23 assentos. Taimei Yamaguchi expressou opinião semelhante.

 

Humilde

 

Após o resultado da eleição, o primeiro-ministro Yoshihide Suga disse que “aceita humildemente” o fracasso dos partidos de apoio, Partido Liberal Democrata e Komeito. A votação foi observada de perto como um termômetro de como a coalizão governante do Japão se sairá na eleição geral, que deve ser realizada até o outono.

“Aceito humildemente o fato de que não poderíamos conquistar a maioria conforme prometido”, disse Suga a repórteres. “Nossa filial e a sede em Tóquio analisarão o resultado juntos e se prepararão para a próxima eleição”.

 

Suga aceitou a derrota dos partidos de apoio (Foto: Reprodução TV)

 

O primeiro-ministro sugeriu que dissolverá a Câmara dos Representantes, a Câmara mais poderosa do Parlamento bicameral, para uma eleição geral antes de seu mandato como líder do LDP terminar em setembro. Os atuais mandatos de quatro anos dos membros da Câmara Baixa expiram em 21 de outubro.

Questionado sobre a plataforma de partidos como Tomin First, que pede zero espectadores, e o Partido Comunista Japonês, que diz que as Olimpíadas deveriam ser canceladas, garantindo um número sólido de cadeiras na Assembleia, Suga simplesmente disse que qualquer decisão será tomada junto com os cinco organizadores dos Jogos, incluindo o Comitê Organizador japonês e o Comitê Olímpico Internacional, independentemente dos resultados da eleição para a Assembleia.

“Faremos o nosso melhor para cumprir nossa responsabilidade para com o povo de Tóquio”, finalizou Suga.

 

 

Fontes: Kyodo e NHK