¨Fotografia tem que ter história¨

 

O fotógrafo Roger Ferreira tem 36 anos, é natural de Assis Chateaubriand mas morava em Curitiba, estado do Paraná. Ele começou a carreira despretensiosamente, clicando os produtos que vendia num comércio que tinha no Brasil. Naquela época, ele nem imaginava fazer do hobby uma profissão.

Casado e pai de dois meninos, veio com a família ao Japão e, somente aqui, se descobriu na arte da fotografia. Mas ele não quer apenas clicar, deseja contar histórias.

Roger é o convidado para a estreia da coluna ¨Momentos¨. Nesta seção especial do site Gaijin News, traremos fotógrafos amadores e profissionais, que nos brindarão com dicas, histórias e, claro, suas fotografias.

 

O fotógrafo Roger (Foto: Cedida)

 

Se você quer participar desse projeto, feito com todo carinho, procure o Gaijin News pelas nossas redes sociais, deixe seu recado, ligue. Faça parte desses ¨Momentos¨.

 

Confira a entrevista completa com o fotógrafo.

 

Gaijin News: Antes de vir ao Japão você morava em Curitiba. Lá, trabalhava em que ramo?

Roger FerreiraPor um longo tempo trabalhei na área industrial, como projetista mecânico. Depois disso, eu e minha esposa resolvemos empreender, abrindo uma cafeteria.

GN: E o que te trouxe ao Japão?

RF: Motivos financeiros. Um ano após abrir a cafeteria, em 2014, o Brasil passava por um cenário econômico complicado, ano de Copa do Mundo, antecedendo as eleições. Me lembro da economia dar uma desacelerada grande, o que nos fez tomar a decisão de largar tudo e vir para cá. Mas pretendemos ir embora neste ano.

GN: Então você chegou quando? E desde então, por quais trabalhos passou?

RF: Cheguei em outubro de 2016 e passei por vários serviços: Aisin, em Nishio (Aichi), Trex, em Toyokawa (Aichi), estaleiro em Toyohashi (Aichi), Suzuki de Kosai (Shizuoka) e trabalhei com solda por três meses. Mas agora estou parado.

 

Pôr do sol clicado pelo artista (Foto: Cedida)

 

GN: Em quais cidades você e a família já moraram? E hoje, onde vivem?

RF: Quando chegamos, fomos morar em Kuwana (Mie), depois fomos para Omihachiman (Shiga), em seguida Okazaki e Toyohashi (Aichi) e Kamisu (Ibaraki). Atualmente moramos em Honjo (Saitama).

GN: Agora vamos falar da sua relação com a fotografia. Há quanto tempo você é fotógrafo? E você vive disso?

RF: Comecei a fotografar profissionalmente aqui no Japão, há uns 3 anos e meio. Mas ainda dependo do trabalho em fábrica para sobreviver.

GN: E o que te levou a se interessar pela arte?

RF: No Brasil tenho alguns amigos fotógrafos e sempre tive contato com este mundo. Sempre tive muita admiração pela fotografia, mas nunca passou pela minha cabeça em aprender. No período que tivemos a cafeteria, fazíamos de tudo, desde a reforma do prédio até a parte de marketing. Foi nesta época, quando não tínhamos um fluxo de caixa tão grande, não dava para pagar para fazer tudo, que eu mesmo comecei a fotografar nosso cardápio para poder fazer a divulgação online. Foi o momento em que fui picado pelo bichinho da fotografia.

GN: E para você, o que significa uma boa fotografia?

RF: A fotografia tem que ter uma história, que tenha algo a agregar, um valor, seja para um cliente, para mim, ou para a sociedade. Ela deve ter sim uma boa técnica, pois é através dela que capturamos uma boa imagem, mas isso não é tudo.

 

Roger e a Pentax K-3 (Foto: Cedida)

 

GN: E o que você gosta de fotografar?

RF: Gosto muito de registros lifestyle, da vida como ela é, fotos de casais, família, crianças. Mas também tenho uma queda por fotografia de rua, porque assim foram minhas primeiras fotografias, nas ruas do Japão.

GN: E para conseguir uma boa fotografia, o que o profissional precisa?

RF: Um olhar atento, uma conexão com seu equipamento e com o assunto fotografado.

GN: Qual seu equipamento fotográfico e o valor de cada um?

RF: Utilizo uma reflex Pentax K-3 (uma nova custa aproximadamente 90.000 ienes). Tenho algumas lentes, mas as que mais utilizo são a Pentax 50mm f1.8 (nova custa aproximadamente 13.000 ienes), e uma Sigma 17-70mm f2.8-4 (custo aproximado de 45.000 ienes).

 

Se quiser mais informações sobre o fotógrafo, acesse as redes sociais, onde ele é mais conhecido como Roger Fotografia. Links aqui, do Instagram e do Facebook.

 

Confira abaixo, uma galeria especial com alguns trabalhos do fotógrafo Roger Ferreira.