Japão estende Estado de Emergência

Mais dez províncias entram na lista de Quase Emergência

O Japão decidiu nesta terça-feira, 17, ampliar o Estado de Emergência para mais sete províncias a partir de sexta-feira, 20 de agosto. Atualmente em vigor nas províncias de Tóquio, Osaka, Saitama, Chiba, Kanagawa e Okinawa, serão adicionadas à lista Ibaraki, Tochigi, Gunma, Shizuoka, Kyoto, Hyogo e Fukuoka. Este é mais um capítulo da luta das autoridades para conter o avanço da pandemia do Coronavírus.

Além disso, o governo vai estender a duração do Estado de Emergência. Anteriormente, o término estava previsto para 31 de agosto. Mas agora, a medida está programada para durar até o dia 12 de setembro, em todas as áreas em que se encontra em vigor.

As medidas mais restritivas, também chamadas de Quase Estado de Emergência, já em vigor nas províncias de Fukushima, Aichi, Shiga, Kumamoto, Hokkaido e Ishikawa, iriam até 31 de agosto, mas também foram estendidas até 12 de setembro.

Províncias que ficarão sob Estado de Emergência (Arte: Reprodução TV – NHK)

O governo anunciou, ainda, que essas medidas serão ampliadas para incluir mais dez províncias. Portanto, Miyagi, Yamanashi, Toyama, Gifu, Mie, Okayama, Hiroshima, Kagawa, Ehime e Kagoshima passarão a cumpri-las a partir de sexta-feira até 12 de setembro. A ampliação fará com que o total de províncias sob Quase Estado de Emergência chegue a 16.

A extensão significa que Tóquio sediará as Paralimpíadas, que acontecerão de 24 de agosto a 5 de setembro, inteiramente sob Estado de Emergência. Na segunda-feira, 16, os organizadores concordaram em realizar os Jogos quase sem espectadores, como nas Olimpíadas que acabaram de terminar.

Prioridade

O atual Estado de Emergência é o quarto instalado no país.

Ao anunciar as medidas na terça-feira, o primeiro-ministro Yoshihide Suga alertou que o país passa por um aumento “sem precedentes” em casos de Coronavírus, principalmente por causa da variante Delta, altamente contagiosa.

Também falou que fornecer cuidados médicos que salvam vidas é a “maior prioridade” do governo, já que os hospitais estão sob pressão crescente devido ao aumento de pacientes com sintomas graves.

Províncias que ficarão em Quase Emergência (Arte: Reprodução TV – NHK)

¨É extremamente lamentável que tenhamos causado enormes sofrimentos a muitos japoneses e outras pessoas no país. Mas com forte determinação e com a cooperação dos cidadãos, superaremos esta crise. Planejamos implementar de forma abrangente nossas medidas, que estão divididos em três pilares. Eles estão melhorando o sistema médico, prevenindo infecções e realizando vacinações¨, disse o primeiro-ministro.

Na coletiva na terça-feira, Suga minimizou a necessidade de expandir o Estado de Emergência para todo o país, dizendo que havia discutido isso com membros de seu gabinete.

Yasutoshi Nishimura, ministro encarregado da resposta ao Coronavírus no Japão, afirmou que os hospitais estão em uma “situação extremamente grave”, especialmente em Tóquio e nos arredores, e que as novas medidas são necessárias para garantir a prestação de cuidados médicos àqueles que mais precisam.

Opções legais

Na terça-feira, a contagem nacional de novos casos de COVID-19 foi de 19.955, perto do pico de todos os tempos em um único dia, com Tóquio relatando 4.377 casos e oito mortes.

Em Estado de Emergência, os restaurantes e bares que servem bebidas alcoólicas ou oferecem karaokê são convidados a fechar as portas, enquanto os que não servem bebidas alcoólicas podem funcionar, mas até às 20h, sob pena de possíveis multas.

Porém, muitos empresários não estão cumprindo as determinações, justificando que isso pode significar o fechamento permanente de seus negócios, sem apoio financeiro suficiente do governo. Em contrapartida, Suga prometeu disponibilizar um adicional de 300 bilhões de ienes (US $ 2,7 bilhões) em subsídios, para apoiar as empresas que lutam durante a pandemia.

Casos registrados na terça-feira (Arte: Reprodução TV – NHK)

Enquanto isso, instalações comerciais com 1.000 metros ou mais, como lojas de departamentos e shoppings, serão solicitadas a limitar o número de clientes permitidos ao mesmo tempo, disse Nishimura.

Com grande parte do público não atendendo mais aos pedidos para ficar em casa, Shigeru Omi, especialista em doenças infecciosas que é o principal conselheiro do COVID-19 do país, disse que os membros de um painel consultivo do governo estão pedindo uma legislação que permita restrições mais duras ao movimento das pessoas .

Suga concorda com a necessidade de considerar opções legais para reforçar as medidas do governo, embora expresse dúvidas sobre a eficácia dos bloqueios impostos em alguns outros países. Ele pediu ao público que reduza em 50% as viagens a áreas lotadas, para conter a disseminação de infecções.