Mas brasileiros com visto de reentrada não precisam se preocupar

 

O primeiro-ministro Fumio Kishida informou nesta segunda-feira, 29, que o Japão decidiu proibir a entrada de estrangeiros no país, como forma de tentar conter o avanço da nova cepa do Coronavírus, chamada Ômicron.

Dessa forma, ficam suspensas as recentes medidas de afrouxamento, decretadas em 8 de novembro, que permitia que empresários, estudantes e participantes de seu programa de estágio técnico entrassem com a condição de que suas organizações anfitriãs concordassem em monitorar suas atividades.

¨Decidi colocar em vigor restrições para estrangeiros de qualquer parte do mundo, com início na terça-feira (30), como medida emergencial. O objetivo é evitar que ocorra o pior cenário possível em nosso país¨, justificou o primeiro-ministro.

Kishida disse que fechar a fronteira é uma medida temporária até que as informações sobre a variante se tornem claras. ¨Ao lidar com um risco desconhecido, é melhor tomar todas as precauções¨, defendeu.

Novas regras

O primeiro-ministro anunciou ainda novas regras para a quarentena dos viajantes que chegam do exterior.

 

Autoridades japonesas agem rápido para conter o Ômicron (Foto: Reprodução TV - NHK)

 

A partir de quarta-feira, 1 de dezembro, o Japão também reduzirá seu limite diário para o número de pessoas que chegam de 5.000 para 3.500. Cidadãos japoneses que retornam e residentes estrangeiros serão obrigados a ficar em isolamento por duas semanas, independentemente de estarem totalmente vacinados.

Além disso, 14 países e regiões, incluindo Grã-Bretanha e Alemanha, foram adicionados a uma lista de locais dos quais cidadãos japoneses e residentes estrangeiros estarão sujeitos a requisitos de quarentena mais rígidos.

Entre eles, os viajantes que estiveram recentemente em Angola terão de passar os primeiros 10 dias dos seus períodos de isolamento em instalações designadas pelo governo. Outros 9 países já estão sob a mesma regra: Botswana, Eswatini, Lesotho, Malawi, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwe.

Os viajantes da Grã-Bretanha, Israel, Itália e Holanda precisarão passar seis dias em instalações designadas pelo governo, enquanto três dias serão necessários para aqueles da Austrália, Áustria, Bélgica, província canadense de Ontário, República Tcheca, Dinamarca, França , Alemanha e Hong Kong.

Variante preocupante

Segundo a NHK, às 3h30 do dia 30, a infecção com o novo vírus mutante foi confirmada em 16 países e regiões ao redor do mundo.

 

Regiões afetadas pela nova cepa (Arte: NHK)

 

Na África, África do Sul e Botswana; na Europa, Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, Dinamarca, República Tcheca, Áustria, Suécia e Espanha. No Oriente Médio, em Israel; na Ásia, Hong Kong; na Oceania, Austrália; e na América do Norte, a infecção foi confirmada no Canadá.

 

A Organização Mundial da Saúde designou a cepa Ômicron como uma “variante preocupante”, alertando que ela tem um grande número de mutações, indicando que pode ser altamente transmissível ou representar um risco aumentado de reinfecção para pessoas que já contraíram o Coronavírus.

No domingo, 28, a agência da Organização das Nações Unidas alertou seus 194 estados membros que a variante provavelmente se espalhará globalmente, e o perigo que representa é muito grande.

 

Na coletiva de imprensa, Fumio Kishida revelou que uma pessoa vinda da Namíbia tinha resultado positivo para o Coronavírus e está em andamento uma análise para verificar com qual variante ela está infectada. O resultado sai em até cinco dias. O homem na casa dos 30 anos chegou ao aeroporto de Narita, de acordo com o Ministério da Saúde.

Embora não esteja claro se as vacinas existentes são eficazes contra a variante, Kishida disse que o governo continuará com seu plano de começar a administrar doses de reforço no final desta semana, enquanto procura especialistas em saúde para fornecer dados adicionais.

Alfainter

Desde que o primeiro-ministro divulgou a informação na mídia, os brasileiros entraram em desespero, com medo de que não poderiam voltar ao Japão ou trazer os parentes. Mas o diretor da Alfainter, sediado na matriz em Toquio, Arnaldo Shiowaki, tranquiliza a comunidade: ¨Realmente tem muita gente em pânico, mas informo que, para nossos clientes, essa nova norma não influencia em nada¨.

Segundo o diretor, a nova determinação do governo japonês proíbe a entrada de estrangeiros com vistos novos, mas isso não inclui as pessoas que viajaram com o visto de reentrada, por exemplo. ¨A entrada no Japão, de residentes portadores de reentrada e vistos concedidos sob circunstâncias especiais para viajantes vindos do Brasil, continua liberada¨, assegura.

Ele também esclarece sobre as novas regras para a quarentena. Até agora, os vacinados no Japão poderiam cumprir a quarentena em casa. Porém, a partir da zero hora de hoje, terça-feira, dia 30, todos os passageiros vindos do Brasil, vacinados ou não, deverão ficar em isolamento por 3 dias em um hotel designado pelo governo. ¨Dando negativo o resultado do teste realizado no 3° dia, sem contar o dia da chegada, ele poderá cumprir o restante dos 11 dias da quarentena em sua residência¨, explica Arnaldo.

 

Alfainter disponibiliza telefone para informações (Foto: Cedida)

 

Mas para chegar em casa, o viajante não poderá utilizar nenhum tipo de transporte público.

¨A entrada de portadores de visto de reentrada e de vistos especiais continua liberada. No Japão não tem nenhum aeroporto fechado, nenhuma fronteira fechada e nenhum voo foi cancelado¨, finaliza Arnaldo.

A Alfainter disponibiliza alguns telefones para aquele que quiser mais informações: 0120-979-839 (somente para telefone fixo); 050-6864-6666 (em português); e +81 3 5473-0545 (WhatsApp)

Fontes: Kyodo e NHK