As Olimpíadas de Tóquio serão realizadas sem espectadores

As Olimpíadas de Tóquio serão realizadas sem espectadores

Organizadores ainda não decidiram em relação às Paralimpíadas

 

Na noite de quinta-feira, 8, os organizadores confirmaram: as Olimpíadas de Tóquio serão realizadas sem espectadores em todos os locais dentro e ao redor da capital japonesa, devido a um aumento nas infecções por Coronavírus. A decisão acontece a apenas duas semanas da abertura do evento esportivo.

O anúncio, abandonando o plano anterior de realizar as Olimpíadas diante de um número limitado de torcedores, veio depois que o governo decidiu colocar Tóquio em novo Estado de Emergência até 22 de agosto. Na província de Okinawa, que já está sob o sistema, o período também foi prorrogado até a mesma data.

Além de Tóquio, as Olimpíadas serão realizadas a portas fechadas em Chiba, Kanagawa e Saitama, três províncias próximas à capital. Alguns outros locais que sediarão os Jogos estão localizados fora da área metropolitana.

Os locais em Fukushima e Miyagi, no nordeste do Japão, e Shizuoka, no centro do país, vão admitir até 10.000 espectadores.

Enquanto isso, Ibaraki, a nordeste de Tóquio, impedirá a entrada dos espectadores, mas permitirá que os alunos entrem nas arquibancadas como parte dos programas escolares.

As competições olímpicas na ilha principal de Hokkaido, no extremo norte do Japão, serão realizadas para um máximo de 10.000 espectadores durante o dia, disseram os organizadores nesta sexta-feira, 9. O Sapporo Dome, uma das sedes do futebol masculino e feminino, permitirá até 10.000 pessoas ou 50% de sua capacidade, o que for menor, em sessões ou horários que comecem durante o dia.

 

Thomas Bach, durante reunião online (Foto: Reprodução TV)

 

A nova política de restrição de espectadores foi acertada durante uma reunião virtual com a presença do chefe do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, e representantes do Comitê Organizador dos Jogos, do Comitê Paralímpico Internacional, dos governos do Japão e da região metropolitana de Tóquio.

“É extremamente lamentável que os Jogos sejam realizados de maneira muito limitada, em face da disseminação de novas infecções por Coronavírus”, disse Seiko Hashimoto, a presidente do Comitê Organizador. “Lamento muito pelos detentores de ingressos e residentes locais que estavam ansiosos pelos Jogos”, completou

No início da reunião online, que foi aberta à imprensa, Bach disse que ele e o chefe do IPC, Andrew Parsons, continuam “comprometidos” em entregar os Jogos com segurança. “Mostramos essa responsabilidade desde o dia do adiamento”, disse Bach. “E também o mostraremos hoje, e apoiaremos qualquer medida que seja necessária para que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos sejam seguros e protegidos para o povo japonês e todos os participantes”.
Ingressos
Os organizadores decidirão quantos espectadores serão permitidos nas instalações paralímpicas após o encerramento das Olimpíadas, em 8 de agosto. As Paralimpíadas acontecerão entre 24 de agosto e 5 de setembro.

Toshiro Muto, CEO do Comitê Organizador, disse que funcionários, incluindo os do COI, ainda terão permissão para entrar nos locais sujeitos à política de não espectadores. Ele acrescentou que irão revisar o número de profissionais de saúde e voluntários que inicialmente deveriam ajudar os espectadores.

Tendo já barrado os torcedores vindos do exterior, os organizadores decidiram no final do mês passado permitir que a capacidade das instalações fosse preenchida em até 50%, um máximo de 10.000 pessoas por local. Depois que Tóquio começou a registrar aumento dos casos de COVID-19, o governo e o Comitê Organizador planejaram reduzir o limite para 5.000 pessoas.

 

Olimpíadas perdem brilho sem a presença de torcedores (Foto: Divulgação)

 

No entanto, Tóquio relatou na quarta-feira, 7, 920 novas infecções, registrando a contagem diária mais alta desde meados de maio. Na quinta-feira, 8, foram mais 896 novos casos do vírus, excedendo o número registrado uma semana antes pelo 19º dia consecutivo.

Desde o adiamento dos Jogos em março do ano passado, o governo esperava que ter o maior número possível de espectadores e visitantes no país ajudaria a reviver a economia. Não permitir torcedores em Tóquio também será um duro golpe para o Comitê Organizador, que inicialmente projetou a receita de ingressos em 90 bilhões de ienes (US $ 820 milhões).

Antes da pandemia, foram vendidos 4,48 milhões de ingressos para as Olimpíadas. Já tendo aceitado pedidos de reembolso no ano passado, o Comitê Organizador estava tentando reduzir ainda mais o número de bilhetes, para cerca de 2,72 milhões.

 

Fonte: Kyodo

 

Sobre o autor

Alexandre Ezaki

Alexandre Ezaki é jornalista formado pela Unesp de Bauru. É youtuber e fã de cultura pop. Como profissional, considera-se um contador de histórias reais.

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