Confira como será a participação brasileira

 

Depois de uma espera de cinco anos, os Jogos Paralímpicos de Tóquio, finalmente, vão começar nesta terça-feira, 24. A Cerimônia de Abertura será realizada no Estádio Nacional do Japão, às 20h (horário local). A data prevista de término é 5 de setembro, com a Cerimônia de Encerramento no mesmo horário.

Serão disputadas 22 modalidades esportivas. Os Jogos de Tóquio também marcam a estreia de duas modalidades, o parabadminton e parataekwondo.

Como nas Olimpíadas, o evento será marcado por regras rígidas para o controle do Coronavírus, com quase todos os espectadores banidos e restrições severas aos atletas e demais participantes.

Apesar das Olimpíadas terem recebido certo apoio, após meses de pesquisas negativas, há uma grande preocupação no Japão com a realização das Paralimpíadas, com o país passando por uma quinta onda de contaminação. O Governo Metropolitano de Tóquio confirmou 2.447 novas infecções nesta segunda-feira, 23.

 

Casos registrados em Tóquio (Arte: NHK)

 

Com isso, a média de sete dias até segunda-feira é 4.659,3, um aumento de 9% em relação à semana anterior. O número total de casos confirmados de Coronavírus na capital agora é de 314.709. Médicos de todo o país alertam que os hospitais estão no limite.

O cenário não é dos melhores. Mesmo assim, o chefe do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, está confiante: ¨É claro que o fato de não ter espectadores nos locais é um desafio. Mas acreditamos que alcançaremos mais de quatro bilhões de pessoas por meio da transmissão do evento.¨

Casos confirmados

Autoridades locais dizem que os Jogos podem ser realizados com segurança, com atletas e outros participantes sujeitos às mesmas regras que foram aplicadas durante as Olimpíadas.

Os competidores só podem entrar na Vila Paralímpica um pouco antes do evento e devem sair dentro de 48 horas do final da competição. Eles serão testados diariamente e limitados à movimentação entre os locais de treinamento, locais de competição e a Vila.

Houveram 552 casos positivos relacionados às Olimpíadas, relatados de 1º de julho até sábado passado, a maioria entre residentes do Japão empregados pelos Jogos ou trabalhando como contratados.

 

Símbolo dos Jogos Paralímpicos (Foto: Divulgação)

 

Até o momento, foram confirmados 107 casos relacionados às Paralimpíadas. Mas as autoridades olímpicas dizem que não há evidências de propagação da infecção dos Jogos para o resto do Japão, onde o número de casos já estava aumentando.

Ainda assim, os organizadores reconhecem a piora do ambiente. ¨A situação da infecção hoje é diferente de como era antes das Olimpíadas. Ela se deteriorou¨, disse o funcionário do Tokyo 2020, Hidemasa Nakamura. “E o sistema médico local também está em uma situação muito restrita.”

Time brasileiro

A jogadora de bocha, Evelyn de Oliveira, será uma das porta-bandeiras da delegação do Brasil na Cerimônia de Abertura. Medalha de ouro nas duplas mistas na Rio 2016, ela levará a bandeira brasileira com o velocista Petrúcio Ferreira. 

A delegação brasileira será composta por 260 atletas (incluindo atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro), sendo 164 homens e 96 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 434 pessoas.

Na última edição fora do Brasil, em Londres 2012, o Brasil participou com 178 atletas, até então a maior. O número para a capital japonesa só é superado pela participação nos Jogos Rio 2016, já que o Brasil garantiu vagas em todas as modalidades por ser país sede e contou com 286 atletas no total, ficando em 8º lugar no ranking de medalhas.

 

Brasil terá 260 atletas (Arte: Divulgação)

 

Serão atletas de 22 estados e do Distrito Federal, em disputas de 20 modalidades. O Brasil só não tem representantes no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas. Atletas nascidos no estado de São Paulo são maioria, com 60 pessoas. Os naturais do estado do Rio de Janeiro vêm em seguida, com 25. Não há representantes vindos do Amapá, Sergipe, Roraima e Tocantins.

A modalidade com o maior número de atletas será o Atletismo, com 65 representantes e 19 atletas-guia.

A natação, segunda modalidade com o maior número de representantes, estreia no primeiro dia do evento, com grandes nomes da natação nacional e mundial na piscina do Centro Aquático de Tóquio, como o multimedalhista Daniel Dias, Carol Santiago e Phelipe Rodrigues.

 

 

Os Jogos de Tóquio ainda reservam a possibilidade da conquista da centésima medalha dourada brasileira. Contando todas as edições, o país já subiu 87 vezes no lugar mais alto do pódio.

O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, estima que o Brasil deve conquistar entre 60 e 75 medalhas em Tóquio, e a meta é ficar entre as 10 maiores potências do mundo.

 

 

 

Fontes: Japan Today e Comitê Paralímpico Brasileiro