Em discurso, Kishida falou sobre política, guerra e diplomacia
Nesta segunda-feira, 23, o primeiro-ministro Fumio Kishida discursou na sessão plenária da Câmara Baixa do Parlamento.
Ele prometeu tomar medidas nos próximos três anos, incluindo cortes de impostos, para restabelecer a economia japonesa que foi sufocada pela combinação de inflação elevada e pouco crescimento salarial.
Fumio Kishida já manifestou vontade de traçar um novo pacote de estímulo econômico até o final deste mês e de apresentar um orçamento suplementar para o ano fiscal até Março de 2024 para financiá-lo durante a sessão extraordinária da Dieta, programada para terminar em 13 de Dezembro.
Fortalecer as cadeias de suprimentos e beneficiar a população com o aumento da receita tributária do governo serão os dois pilares do pacote econômico a ser compilado.
Kishida também enfatizou a importância de ¨apoiar¨ os trabalhadores de baixa renda que passaram pelas ¨maiores dificuldades¨ como resultado de custos mais elevados, prometendo oferecer assistência financeira adicional através das autoridades locais.
A receita fiscal do Japão atingiu 71,14 trilhões de ienes (474 bilhões de dólares) no ano fiscal de 2022, atingindo um recorde pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com o Ministério das Finanças.
No pronunciamento, Kishida disse que o governo implementará incentivos fiscais para empresas que pretendam aumentar os salários dos empregados, mas não abordou qualquer plano para restaurar a saúde fiscal do Japão, que é a pior entre os países mais ricos.
Apesar de ter revelado um plano para reduzir os impostos, o governo já tinha decidido aumentar o tabaco e outros impostos para cobrir o seu plano de quase duplicar os gastos anuais do Japão com a defesa para cerca de 2% do PIB nos próximos cinco anos.
Em relação à diplomacia e segurança, o primeiro-ministro declarou que o ambiente de segurança do Japão é o mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial, por causa da situação na Ucrânia e os combates entre Israel e o grupo islâmico Hamas.
Kishida expressou disposição para promover conversações com a China, repetindo o mantra do seu governo de que o Japão terá como objetivo construir uma ¨relação construtiva e estável¨ com o seu vizinho.
As relações andam tensas com a China, principalmente depois da primeira liberação de água radioativa tratada da central nuclear de Fukushima, em Agosto.
Em relação à Coreia do Norte, Kishida disse que tomará uma decisão sobre como estabelecer ¨relações frutíferas¨ com Pyongyang ¨a partir de uma perspectiva ampla¨, reiterando a sua vontade de ter uma reunião presencial com o líder Kim Jong Un para resolver questões bilaterais.
Perguntado sobre a possibilidade de dissolver a Câmara dos Representantes para eleições antecipadas até ao final deste ano, Kishida disse que tem de se concentrar nos desafios nacionais e globais urgentes, acrescentando: ¨Não penso além disso neste momento”.
Fonte: Kyodo e NHK