Outras medidas de apoio financeiro estão em estudos
O governo e os partidos governantes do Japão estudam dar uma ajuda de ¥ 100 mil (US $ 880) para crianças e adolescentes de até 18 anos, numa tentativa de aliviar as consequências da pandemia do Coronavírus. O plano será discutido a partir desta segunda-feira, 8, entre o Partido Liberal Democrata (PLD), do primeiro-ministro Fumio Kishida, e o Komeito, que faz coalisão no Parlamento.
Durante a campanha eleitoral para a Câmara dos Representantes, o PLD prometeu ajudar “pessoas necessitadas”, como trabalhadores não regulares e famílias com crianças pequenas. Proposta parecida fez o Komeito, mas os detalhes ainda não eram conhecidos.
Se tudo correr bem, o programa de distribuição de dinheiro será incluído em um novo estímulo econômico no valor de “dezenas de trilhões de ienes” que o primeiro-ministro Fumio Kishida planeja criar em meados de novembro. Mas alguns analistas e políticos são cautelosos ao dar essa quantia em dinheiro, independentemente dos níveis de renda.
Ajuda foi promessa de campanha do Primeiro-Ministro (Foto: Reprodução TV - NHK)
Sem quaisquer condições, até 20 milhões de crianças terão direito ao benefício, que exigiria cerca de 2 trilhões de ienes em um momento em que o Japão já está sobrecarregado com o maior endividamento de todos os países, mais do que o dobro do tamanho de sua economia.
¨Como os efeitos do Coronavírus continuam, as famílias que criam filhos estão gastando mais em comida, comunicações e outras necessidades. Promover as gerações futuras levará à estabilidade no futuro¨, analisa o líder do Komeito, Natsuo Yamaguchi.
Mas o auxílio já recebeu críticas porque essa ajuda deverá ser dada a todos os jovens, inclusive aos de famílias abastadas. Yamaguchi justificou dizendo que levará mais tempo definindo os limites de renda por família para as crianças terem direito ao valor. ¨Assim não seria possível fornecer o benefício imediatamente. Dividir os filhos de acordo com a renda dos pais não seria apropriado¨, avalia.
Opções como definir um teto de renda e dar parte do benefício na forma de cupons para cobrir os custos de criação dos filhos estão em discussão, já que autoridades acreditam que a maior parte dos ¥ 100 mil dados ano passado tenham resultado em economia ao invés de gasto.
My Number Kado
Além disso, o governo e a coalizão planejam dar ¥ 30.000 para cada pessoa que tiver o cartão de identificação nacional do ¨My Number¨. A medida também visa promover o uso do impopular sistema de carteiras de identidade.
Governo estuda vários tipos de ajuda financeira (Foto: Jun Rong Loo on Unsplash)
Para o programa de titulares do cartão My Number, cerca de ¥ 3 trilhões serão necessários para fornecer pontos de compras no valor de ¥ 30.000 individualmente, para cerca de 100 milhões de pessoas no Japão. Atualmente, apenas cerca de 40% de todos os 126,7 milhões de pessoas, incluindo residentes estrangeiros, possuem os cartões.
O sistema de carteiras de identidade que começou a ser utilizado em 2016 emite um número de 12 dígitos para cada cidadão e estrangeiro residente no país para incorporar diversos dados pessoais, como os relativos a impostos e previdência.
O governo disse que o sistema tornará uma série de serviços públicos mais convenientes de usar, mas muitas pessoas continuam preocupadas com o vazamento de informações pessoais.
Outras medidas
Como parte dos esforços para popularizar o sistema de identificação, outra campanha do governo para fornecer pontos de compras equivalentes a ¥ 5.000 para cada titular do cartão está em andamento, mas está programada para terminar no final de dezembro.
Outras ações em estudo incluem uma doação em dinheiro de ¥ 50.000 para famílias carentes atingidas pela pandemia e apoio às indústrias agrícolas e pesqueiras, bem como empresas menores, que têm sofrido com o aumento dos preços do petróleo bruto.
No total, o Japão planeja gastar mais de 30 trilhões de ienes (US $ 265 bilhões), num conjunto de medidas para aliviar as consequências da pandemia para a economia japonesa. O governo financiará as medidas com fundos que sobraram do orçamento fiscal de 2020 e também planeja emitir novos títulos para cobrir qualquer déficit.
O governo irá compilar um orçamento suplementar para o atual ano fiscal até março próximo, com o objetivo de que seja aprovado pelo Parlamento até o final de dezembro. Parte do pacote também será coberta pelo orçamento inicial para o exercício financeiro de 2022, a ser compilado ao mesmo tempo.
Fontes: NHK e Kyodo News
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