Até o fim do mês, um novo medicamento deve se juntar ao Remdesivir
Alexandre Ezaki, Toyokawa (Aichi)
O Japão aprovou na quinta-feira, 7, o primeiro remédio para tratar pacientes com Coronavírus. Trata-se do antiviral Remdesivir. Com isso, o país é o segundo a aprovar o medicamento, depois que os Estados Unidos o autorizaram em 1 de maio, para uso emergencial.
A aprovação americana aconteceu depois de um grande ensaio clínico que mostrou que o Remdesivir, criado originalmente para combater o Ebola, reduziu o tempo de recuperação de pacientes.
O remédio se incorpora ao genoma do vírus, impedindo o processo de replicação. Ele é desenvolvido pela empresa americana Gilead Sciences.
Avigan
Até o final do mês, espera-se que o Ministério da Saúde do Japão aprove também o uso do medicamento para gripe Avigan (Favipiravir), que é desenvolvido por uma subsidiária da Fujifilm Holdings Corporation.
O remédio é utilizado no Japão desde 2014, mas apenas em surtos de gripe e influenza, e em casos que não estão tendo bons resultados com os medicamentos mais usados. O Favipiravir não está disponível no mercado e só pode ser fabricado e distribuído a pedido do governo.
Pode ser tomado por via oral como pílula e também atua bloqueando a capacidade de um vírus se replicar dentro de uma célula. Mas um alerta: em testes com animais, o medicamento afetou o desenvolvimento fetal, por isso ele não pode ser utilizados por mulheres grávidas.
Anticorpos neutralizantes
E as boas notícias continuam. Um grupo liderado por pesquisadores da Universidade Kitasato, em Tóquio, anunciou ter produzido anticorpos neutralizantes artificialmente. Os testes mostraram que a maioria das células com esse anticorpo não foram infectadas pelo vírus.
Os anticorpos neutralizantes são criados pelo organismo humano quando células são infectadas por um vírus. O anticorpo se une ao vírus, impedindo que o mesmo se conecte aos receptores que existem na superfície das células.
Descoberta de Israel
O Instituto de Israel para a Investigação Biotecnológica, ligado ao Ministério da Defesa, anunciou o desenvolvimento de um anticorpo para o Coronavírus e que, após registrar a patente, entrará em contato com empresas para a produção em escala comercial.
Entre outras atividades, o Instituto dedica-se a investigar armas químicas, procurando antídotos contra novas substâncias.
A pesquisa é liderada pelo professor Shmuel Shapiro. Comunicado do Instituto afirma que o anticorpo ataca e neutraliza o vírus nas pessoas infectadas.
Apesar de todas essas boas notícias, vale lembrar que não existe a cura para o Coronavírus. Por isso, continue se cuidando, lavando as mãos regularmente, usando máscaras, mantendo o distanciamento social e obedecendo as diretrizes dos órgãos responsáveis.
Fontes: Japan Times, Japan Today e NHK
Alexandre Ezaki é jornalista formado pela Unesp de Bauru. Adora filmes, séries e música. Como profissional, considera-se um contador de histórias.